Templo de Debod | Madri
Das margens do rio Nilo diretamente para Madrid na Espanha. O milenar Templo de Debod erguido para cultuar os deuses Amon e Isis chegou em terras madrilenas na década de 70.
Do ápice ao abandono
O Templo de Debod foi encomendado pelo rei Adijalamani de Meroé para homenagear os deuses Amón e Ísis.
Ele começou a ser construído no século II a.C às margens do Rio Nilo, na região de Núbia no sul do Egito.
Originalmente o edifício era uma capela, no entanto, foi ampliado por outros reis do Egito e posteriormente por imperadores romanos.
Mas, a partir do século VI, foi fechado e abandonado quando a região do Núbia se converteu ao cristianismo e posteriormente ao Islã.
Inundações
No século XX o Egito precisou construir duas represas em Assuã para garantir o abastecimento de água a população, contudo, esta ação gerou um grande prejuízo arqueológico.
A construção da barragem em Assuã fez com que o templo ficasse submerso nove meses por ano. Mesmo após anos o edifício se manteve em pé, mas as tintas usadas nos relevos não resistiram as inúmeras inundações.
Ajuda Internacional
Na década de 60 o governo egípcio precisou construir a segunda barragem, colocando vários outros monumentos e sítios arqueológicos da região em risco.
Para ajudar a salvar este patrimônio histórico a UNESCO organizou uma campanha internacional.
E muitos países responderam ao chamado e contribuíram para a preservação dos monumentos.
Como forma de agradecimento o governo egípcio doou templos aos países que contribuíram
de forma mais generosa. Sendo a Espanha agraciada com o Templo de Debob.
Das margens do Nilo para Madri
O Templo de Debod foi desmontado na década de 60 e permaneceu dez anos no porto de Elefantina, no Egito.
Quando foi doado a Espanha suas mais de 1300 peças de pedras desceram o Nilo de barco para a cidade de Alexandria. Então, seguiu pelo mar Mediterrâneo até a cidade espanhola de Valência. Do porto as pedras, em tamanhos e formatos diferentes, foram transportadas em caminhão para a capital.
Remontar o sagrado edifício exigiu muito tempo e esforço. Foram dois anos até finamente Debod ter suas portas abertas novamente em 1972.
Desde então, seu novo endereço é dentro do tranquilo e arborizado Parque del Oeste. Em terras madrilenas o templo egípcio foi cercado por um espelho d’agua para lembrar as águas do rio Nilo.
Pôr-do-sol, o mais lindo de Madri
No verão os dias são longos em Madri, por isso, prepare-se para ver o pôr-do-sol perto das dez da noite. Mas, vale a espera. O sol batendo na água e fazendo refletir tudo em sua volta é simplesmente um espetáculo.
Há poucos passos do Templo tem um mirante com uma bela vista para o Palácio Real e a Catedral de Almudena. Vale a pena esticar a caminhada para ver estes dois símbolos da cidade de uma outra perspectiva.